Quanto pesa a passagem

Na quinta-feira (10), a Articulação Recife pelo Transporte, que reúne vários movimentos sociais, lançou a campanha “Você Pode Pagar Menos” pela redução das passagens (R$ 3,20 para R$ 2,70 no Anel A). O grupo defende a anulação dos aumentos ocorridos em 2015, 2016 e 2017, que considera irregulares por terem sido acima do IPCA. O argumento foi, inclusive, apresentado em uma ação civil pública pelas organizações, que aponta também outras irregularidades, como problemas nas eleições dos conselheiros que definem os reajustes tarifários.

A reportagem destacou cinco pontos que deixam claro o quanto que custam as tarifas no orçamento do usuário:

1. Os reajustes das passagens de ônibus acima do índice legal (IPCA) trouxeram prejuízos à população da RMR. A Articulação Recife Pelo Transporte calcula que, por causa dessa irregularidade, os usuários pagaram R$ 307,7 milhões a mais às empresas de ônibus. Para chegar ao valor, o grupo analisou os reajustes da tarifa A aplicados desde 2015 e comparou o valor que seria arrecadado caso a tarifa tivesse sido apenas corrigida pelo IPCA com o montante real gerado a partir do reajuste praticado acima da inflação. 

2. A comparação entre o valor do reajuste praticado e o IPCA anual mostra que, desde 2015, o preço das passagens de ônibus na RMR subiu muito mais do que a inflação. O IPCA acumulado para o ano de 2014 foi de 6,40%, enquanto o reajuste tarifário para o ano de 2015 foi de 12,93%. Para o ano de 2015, o índice que mede a inflação foi de 10,67% e o aumento na tarifa foi de 14,42% para 2016 e o IPCA acumulado para o ano de 2016 foi de 6,28%, mas o aumento para o ano de 2017 foi equivalente a 14,26%.

3. No Recife, o preço das passagens subiu 100% em 10 anos.

4. Em 2018, a população da RMR economizou mais de R$ 100 milhões com a suspensão do aumento da passagem.

5. Proposta de redução das passagens feita pelos grupos que formam a Articulação Recife pelo Transporte traria economia de R$ 0,50 em cada trajeto.

do Marco Zero