Cadê os prédios?

O ano era 2009. O então prefeito do Recife, João da Costa (PT), em seu primeiro ano de mandato, anunciou, com pompa e cenografia, que um investimento de aproximadamente R$ 15 milhões tiraria, já no final de 2010, 448 famílias de palafitas na área central da cidade para morarem no Conjunto Habitacional Vila Brasil I, em Joana Bezerra, bem próximo ao Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano. Mas o sonho da moradia popular afundou na lama.

O Vila Brasil II, que seria erguido na mesma área, sequer teve um tijolo assentado até hoje, mesmo a prefeitura tendo anunciado, no final de 2017, que havia garantido recursos junto ao governo federal. Na época, o anúncio falava em mais de R$ 80 milhões através do Ministério das Cidades para unidades habitacionais nos bairros do Recife, Bongi, Tejipió, Cordeiro e Joana Bezerra.

A demora é tanta que, em 2016, um grupo de 120 famílias de outros bairros, que não faziam parte do cadastro para o Vila Brasil, resolveram ocupar a obra para pressionar a prefeitura por uma solução habitacional. A ocupação recebeu o nome de Solange Souza, líder comunitária do Rosarinho, na Zona Norte.

Os oito dos 14 blocos do projeto inicial que chegaram a ser erguidos, alguns já com cerâmica, mas atualmente em estado de degradação e com materiais de construção furtados, ficam num terreno tomado por mato alto e muita sujeira, próximo à ponte Joaquim Cardoso. Sem contar as cisternas abertas, potenciais focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti.

O habitacional Vila Brasil I deveria ter campo de futebol, jardim, área de lazer, estacionamento e centro comunitário. 
do Marco Zero