O povo que sofre [Parte 2]

A reportagem publicada no portal Brasil de fato sobre os dois anos de crise econômica no Brasil continua. 

José Eduardo Bernardes, do Brasil de fato

Além do desemprego, o país retornou ao mapa da fome. Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que o número de pessoas em situação de extrema pobreza chegou a 14,8 milhões entre 2016 e 2017. Na última pesquisa, o número era de 13,3 milhões.

Na esteira da extrema pobreza, outros problemas alcançam níveis alarmantes: a mortalidade infantil, que apresentava seguidas quedas, voltou a crescer e agora atinge 11% das crianças entre um mês e quatro anos de idade, o que significa 12,7 mortes por mil nascidos vivos em 2016.

“A maior dificuldade é ver um filho pedir um pão e não poder comprar. Ou precisar de R$ 4,00 para pagar o ônibus e não ter”, explica Vera Lucia Bezerra. Ela conta que, como outros tantos trabalhadores, tem se ancorado no trabalho informal para garantir as necessidades básicas de sua casa.

“Para sobreviver eu faço bico. Entrego panfleto, vendo água, vendo limão. Tem que trabalhar na rua, é o jeito”, diz.

Aliado ao alto índice de desemprego e a consequente queda na renda, outro indicador também surge e demanda cada vez mais atenção: o déficit de moradia no país é de 6,3 milhões de domicílios.

O número engloba famílias que comprometem grande parte de sua renda com o pagamento de aluguéis, casas que estão em estado precário e precisam de reforma para se adequarem à habitação e também o adensamento excessivo de moradores em um só imóvel.

Continua na próxima semana