Descaso na microcefalia

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco divulgou na sexta-feira (31) que promoveu reunião com representantes das organizações União de Mães de Anjos (UMA) e Aliança de Mães e Famílias Raras (AMAR), bem como da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O objetivo foi acompanhar e fiscalizar as medidas governamentais para tratamento de saúde e acolhimento das crianças com microcefalia, além de suporte às famílias. 

O encontro foi presidido pela procuradora Regional dos Direitos do Cidadão em Pernambuco, Carolina de Gusmão Furtado. Esta foi a primeira das reuniões que o MPF promoverá como preparação para audiência pública relativa ao tema, a ser realizada ainda este ano. A iniciativa integra as apurações para garantir a continuidade da assistência governamental a essas crianças e familiares, decorrentes de inquérito civil instaurado em 2016. 

As mães presentes à reunião relataram que, em regra, a assistência prestada pelo Estado não acompanha a velocidade com que as crianças apresentam novas necessidades. Algumas têm quadros de autismo e não conseguem o devido acompanhamento psicológico. As mães relataram ainda que os centros de estimulação precoce estão superlotados e falta atendimento por equipe multidisciplinar. 

Conforme consta do inquérito instaurado pelo MPF, a síndrome congênita do Zika Vírus é associada a uma série de sequelas neurológicas, incluindo atraso no desenvolvimento, deficiência intelectual e epilepsia. As crianças apresentam novas complicações de saúde na medida em que crescem, como dificuldade de deglutição, o que demanda a atuação do poder público para garantir o tratamento adequado. 

Com Jornal Destak