Catadores sofrem

Catadores que retiram seu sustento de um trabalho em condições desumanas, sem equipamentos de segurança, em meio ao material descartado de forma inadequada em lixões a céu aberto. De acordo com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), esta foi a realidade encontrada pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI/PE) nas zona rurais de Iguaraci, Tabira, Carnaíba, Tuparetama, Ingazeira e Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú.

Contrariando o que preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), nos municípios visitados são insuficientes as iniciativas do poder público para a gestão adequada dos resíduos sólidos. Tudo é gerado e destinado integralmente aos lixões, onde o lixo que se acumula é separado pelos catadores, que se expõem a riscos de saúde, uma vez que lidam com diversos tipos de resíduos, como restos de animais, lixo eletrônico contendo metais pesados e resíduos de serviços de saúde. Os lixões não são cercados e nem possuem controle de acesso de pessoas ou de animais.

Pontos em comum, em todos os lixões: a presença de catadores, a queima permanente do material depositado e a ausência do poder público nos locais. A contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos é visível, de acordo com a CPRH. A presença de vetores de doenças é uma realidade, especialmente quando se observa as moscas existentes.

Durante a fiscalização, os catadores mereceram uma atenção especial da equipe da FPI. Agentes da gestão dos resíduos sólidos não valorizados nem reconhecidos pelos gestores municipais, realizando seu trabalho em condições de extrema vulnerabilidade e sem nenhuma estrutura ou equipamento adequado. Nos seis lixões fiscalizados foram identificados cerca de 80 catadores que vivem do que conseguem retirar dos resíduos que a população descarta.

do Jornal Destak