O guerreiro Diabolin

Na contramão das histórias, em que a maioria dos filhos ficam sob a guarda das mães quando os casais se separam, alguns pais acabam decidindo estar mais perto da criação e assumem a responsabilidade de educar os pequenos. Seja por falta de escolhas ou por opção, os homens estão se tornando cada vez mais presentes na criação dos filhos. 

Exemplos como o de seu Gilberto, 49, demonstram o quanto alguns deles se sacrificam e fazem de tudo para trazer o pão para dentro de casa. Pequeno, franzino, mas com uma coragem sem tamanho, Gilberto do Nascimento Ferreira, também conhecido como Diabolin, é um personagem famoso nas ladeiras históricas de Olinda. Não só pela profissão que escolheu, mas por mostrar que um homem é capaz de educar os filhos sozinho e cuidar deles. 

Por conta do trabalho, hoje realizado todos os sábados e domingos na pracinha de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, mais uma vez Diabolin precisou largar os estudos para se dedicar a família. Ele conta que durante o dia aproveita o tempo para fazer o almoço, cuidar da casa, levar os filhos para escola e fazer outras atividades manuais, como por exemplo, a pintura. 

O pai de Wesley, Letícia e Cleonice nunca teve carteira de trabalho assinada, não tem plano de saúde, nem seguro de vida. Mesmo assim ele dá expediente a mais de três metros do chão. Uma atividade de alto risco, porque ele não usa nenhum equipamento de segurança. Solteiro até hoje, ele espera um dia voltar a estudar e concluir o ensino médio e até quem sabe se apaixonar novamente. Por enquanto, o artista de 49 anos continua se apresentando todos os fins de semana, de chuva a sol, em cima de uma corda.

Do leiajá