Cadê a água excelência?

Na manhã da terça-feira (15), a Câmara do Recife realizou, por iniciativa do vereador Marco Aurélio (PRTB), uma audiência pública sobre o desabastecimento de água na Zona Norte da capital. O tema foi levado à tribuna da Casa na tarde do mesmo dia pelo parlamentar. 

O vereador lamentou a ausência do presidente da Compesa na audiência, questionou a falta de abastecimento a determinadas localidades e a cobrança de taxas para domicílios que não recebem o serviço. Ele também repercutiu reclamações feitas em plenário pelo vereador Almir Fernando (PCdoB), que disse não ter sido atendido pela Compesa depois que ficou acertado, na audiência, que o órgão faria reuniões quinzenais com representantes das ruas afetadas pelo desabastecimento e que se encontravam presentes no debate. “Por duas vezes, estive na Compesa acompanhado de moradores que diziam que não chegava água nas suas casas. Havia relatos de períodos de 30, 35 dias sem uma gota de água em casa. Essas pessoas continuam relatando a mesma coisa, mas a Compesa diz que tem água. Muitas vezes a gente não dá o respeito e não observamos o tamanho da representatividade que temos. Se não se respeita um poder, imagine o que não se faz com uma pessoa pobre.”

Em um aparte, Almir Fernando falou sobre a necessidade de concretizar os investimentos para a Zona Norte citados por representantes da Companhia na audiência. De acordo com ele, existem localidades onde o desabastecimento ocorre há seis anos. “Os investimentos vêm sendo prometidos há muito tempo. Eu espero que eles sejam realmente feitos, ou dificilmente vai melhorar a distribuição. Precisamos unir forças, juntar pessoal. Algumas ruas ainda têm racionamento de quatro em quatro dias. Um dia sem água, já é difícil, imagine seis anos.”

Segundo Marco Aurélio, uma nova audiência sobre o tema deve ser marcada para daqui a quatro meses. O vereador Rinaldo Júnior (PRB) pediu, em um aparte, que a nova discussão fosse feita não no plenarinho da Casa de José Mariano, mas em um espaço maior: no plenário. Ele também frisou os questionamentos sobre a cobrança de taxas sem fornecimento de água feito pelos colegas. “Se a gente paga uma taxa mínima e a água não chega, isso é grave. Se fizermos jacaré [desvio ilegal do sistema de abastecimento de água] dá cadeia. E se a gente vende um serviço, pega o dinheiro e não entrega, não é um crime?”

do recife.pe.leg.br