Carro pouco usado


Lançado em dezembro de 2014, o projeto piloto do Carro Leve, sistema de carros elétricos compartilhados, parece não ter sido abraçado pelos recifenses. Durante estes dois anos, foram feitas apenas 1.219 viagens, o que representa, em média, menos de duas corridas por dia.

A iniciativa é operada pelo Porto Digital, em parceria com Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife e as empresas Serttel e Mobilicidade.

Apesar da baixa adesão, no período de atuação da plataforma foram testadas diversas funcionalidades dos veículos, assim como estudos das rotas e padrões de utilização dos usuários que tiveram, à sua disposição, três carros para circulação em cinco estações - duas no bairro do Recife e outras três, como pontos de retirada e destino, nos bairros de São José, Santo Amaro e Derby.

De acordo com o Porto Digital, ao todo, 372 usuários participaram do projeto e foram percorridos 3.210 quilômetros com os veículos. O aplicativo utilizado para solicitar, travar, destravar o carro e encerrar o procedimento foi baixado 1.224 vezes.

Apesar do baixo número de viagens, o Porto Digital disse, em nota, ter avaliado o projeto como positivo. No entanto, ainda não há, em Pernambuco, parceiros públicos ou privados com interesse em expandir o sistema, ao contrário do que ocorreu com as bicicletas compartilhadas.

A assinatura do Carro Leve custa R$ 30. Para cada viagem de 30 minutos é cobrado R$ 20, se o usuário a fizer sozinho. Porém, se ele oferecer carona, pelo aplicativo, o valor cai para R$ 10. Para se inscrever no sistema é preciso que seja feito um cadastro. Os interessados podem solicitar o veículo das 9h às 18h30 e o horário limite de devolução é até as 19h.

Vale destacar que a partir da experiência no Recife, a Serttel replicou o projeto na cidade de Fortaleza, no Ceará, onde o poder público abraçou o sistema e a tecnologia e hoje opera com cinco veículos de diferentes modelos, que circulam em diversas rotas.

Ao contrário do que ocorreu com os carros elétricos do projeto Carro Leve, as bicicletas compartilhadas do Bike PE têm sido mais utilizadas, apesar da malha cicloviária da região metropolitana do Recife (RMR) ser pequena e mal estruturada.

Uma das explicações para isto é a dimensão da iniciativa, que atende bairros da capital do Estado, de Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Originalmente, o Bike PE possui 80 estações, cada uma com 10 bicicletas e 12 vagas, o que totaliza 800 bicicletas e 960 vagas. Contudo, atualmente, 79 estações estão disponíveis, pois uma está em processo de relocação em função de uma obra no local onde estava instalada, no Recife Antigo.

do jornal Destak

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