País rico é País sem pobreza?

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Em um cruzamento simples de dados, é possível compreender a dimensão dessa tragédia social: 78% dos municípios pernambucanos são considerados de baixa renda, ou seja, a população possui renda mensal per capita de R$ 180,00 a R$ 333,00. Em situação de extrema pobreza, essa renda não ultrapassa R$ 70 ao mês. Na Região Metropolitana, 24,5% dos cidadãos em idade produtiva recebem até meio salário-mínimo, o equivalente a R$ 394,00. 

No último Censo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontou que o Recife tem 1,5 milhão de habitantes. A Secretaria de Finanças contabiliza a existência de 403 mil imóveis, incluindo comerciais, na cidade. Assim, a falta de emprego e moradia popular se reflete no flagelo das famílias.

No mapeamento da pobreza traçado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, das mais de 100 mil pessoas em situação de extrema pobreza na capital, 73% são negros, 55% são mulheres, 17,5% têm mais de 15 anos, mas não sabem ler e nem escrever.

De invasão em invasão, as cicatrizes da segregação se repetem. No levantamento do Ministério, mais de 49 mil pessoas não têm acesso à rede de esgoto na capital; 9,6 mil não têm sequer banheiro em casa; 7,3 mil não têm captação de água adequada; e mais de 400 ainda vivem sem energia elétrica. O sonho dessas famílias ainda é ter um lar. Ou, pelo menos, conseguir um auxílio-moradia.

Algumas das invasões existentes na cidade: 13 de maio (Rua da Saudade), Boa vista (Rua Silva Ramos), Aflitos (Rua Neto Mendonça) e na Avenida Cruz Cabugá.

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