Herança maldita:

Adaptado das antigas kombis, transporte complementar está ruim das rodas

Resultado de imagem para transporte complementar recifeO serviço de Transporte Complementar da Região Metropolitana do Recife, operado por microônibus, criado em 2003 para acomodar os mal vistos kombeiros, há anos estagnou, sem cumprir o papel prometido. Linhas interligando os bairros não são mais criadas e a frota envelhece a olhos vistos. Entre as razões para a não expansão, a maior delas: a concorrência com o sistema de ônibus, proibida por lei e evitada de toda forma tanto pelo gestor do sistema, a Prefeitura do Recife, quanto pelo governo do Estado, responsável pelo serviço de ônibus. Roberto Lyra, gerente de transporte da CTTU, diz que o equilíbrio financeiro seria comprometido.

Há 12 anos, na sua criação, era previsto que o serviço seria bem maior do que é. São apenas nove linhas interbairros (sete delas no sistema da capital e duas no metropolitano, que são pagas e interligam centros comerciais da periferia da RMR) e 18 alimentadoras (gratuitas, que levam passageiros de comunidades de difícil acesso para pequenos terminais de ônibus). A promessa inicial era de que a rede seria formada prioritariamente por linhas interbairros. As alimentadoras seriam suporte. Tudo mudou. 69 bairros da capital são atendidos, mas a qualidade deixa a desejar. E quem paga o preço é o passageiro do sistema, com um serviço que poderia ser mais confortável e abrangente. Sem falar que o sistema cobra o mesmo valor dos ônibus, R$ 2,45. São mais de cem mil usuários por dia, dos quais apenas 12 mil andam de graça nas linhas alimentadoras.

A frota de 150 veículos está, em sua quase totalidade, velha. Por serem veículos menores, a degradação dos microônibus parece ser mais evidente. Muitos dos veículos possuem ar-condicionado, mas nenhum é mais ligado durante as viagens para não aumentar o custo. A pressão do setor empresarial para que as linhas interbairros não concorram com o sistema por ônibus é fato, por mais que oficialmente se negue. Prova evidente está em Olinda, onde os veículos da COOTRAOL saíram de cena.

adaptado do JC

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