REALIDADE

VANDALISMO: O DOM DE DESTRUIR

O termo vandalismo tem sua origem na História Antiga e refere-se diretamente a um dos povos que invadiram o Império Romano, já na época enfraquecido. Estes grupos eram considerados, do ponto de vista da Roma dos Césares, como bárbaros, pois não possuíam a cultura desenvolvida por esta potência.


Em um determinado momento, decidiram entrar em Roma e lá realizaram saques por pelo menos duas semanas. A versão romana foi preservada ao longo do tempo, e assim até hoje ‘vândalo’ é sinônimo de saqueador.

A primeira menção histórica a esta expressão provém da época da Revolução Francesa. Documentos comprovam que, no dia 10 de janeiro de 1794, o Bispo de Blois, Henri Grégoire, refere-se às atitudes dos integrantes do exército republicano como vândalas.

Assim sendo, o vandalismo é uma atitude ou um modo de expressão que tem como objetivo tentar destruir uma cultura e o patrimônio alheio. Geralmente é um caminho trilhado por jovens que não encontram outra forma de canalizar sua energia e sua agressividade. Há vários exemplos de vândalos que, ao encontrarem apoio para despertar dentro de si o potencial artístico que nele habita, e então desenvolvê-lo da melhor maneira possível, abandonam as atitudes agressivas e tornam-se, por exemplo, grafiteiros, uma vez que o grafite é uma forma de arte.

Com o crescimento da violência, seus praticantes vêm aprimorando seus métodos, unindo-se em gangues cada vez mais poderosas e letais, não só pichando, danificando o patrimônio público, mas também recorrendo cada vez mais a atos de extrema selvageria, como, por exemplo, queimar pessoas vivas – geralmente aqueles que são excluídos socialmente, como moradores de ruas e indígenas – ou agredir garotas de programa.

Dentro das escolas, alunos detonam bombas nos pátios ou nos banheiros, aterrorizando colegas, professores e diretores. Na opinião dos estudantes, estes atos muitas vezes têm como objetivo chamar a atenção. Isto não significa, porém, que as garotas não participem destas ações, uma vez que elas, atualmente, revelam ser, em alguns momentos, mais violentas que os meninos.

É um problema educacional, comportamental, fruto de uma profunda crise de valores, da impunidade, de uma descrença completa em princípios morais básicos, como o respeito, a solidariedade e a aceitação das diferenças. Somado a tantos outros fatores de violência, vem crescendo principalmente nas grandes cidades, o que não isenta completamente as pequenas comunidades, provocando sérios distúrbios sociais, que culminam cada vez mais com a morte do alvo da agressão cometida pelos vândalos. Isto significa que, nos dias atuais, o vandalismo se confunde com a violência, o que denota uma total carência de sentido da vida, desprovida cada vez mais do seu valor.

adaptado do texto de ANA LÚCIA SANTANA, do site infoescola

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